Ibovespa encerra em queda, pressionado por Vale e Petrobras, apesar de alta nos mercados internacionais
- Caio Henrique Pereira
- 17 de out. de 2024
- 2 min de leitura
Após três sessões seguidas de alta, o Ibovespa encerrou esta quinta-feira em queda de 0,73%, aos 130.793,41 pontos, uma perda de 956,31 pontos. O dólar comercial oscilou ao longo do dia, mas fechou com leve recuo de 0,08%, cotado a R$ 5,66. Os juros futuros subiram em toda a curva, refletindo o clima de cautela no mercado.
Apesar da queda da Bolsa brasileira, os mercados internacionais seguiram uma trajetória mais otimista. Na Europa, o Banco Central Europeu (BCE) cortou as taxas de juros pela terceira vez no ano, o que impulsionou os índices da região. O BCE, no entanto, alertou sobre uma economia mais fraca na zona do euro. A inflação ao consumidor desacelerou em setembro para 1,7%, surpreendendo positivamente, mas o núcleo da inflação ainda permanece acima da meta de 2%.
Nos Estados Unidos, os índices Dow Jones e S&P 500 atingiram novos recordes, fechando mistos, sustentados por dados positivos de emprego, varejo e indústria, que afastam os temores de recessão. Ações de tecnologia também contribuíram para o bom desempenho.
Commodities e impacto no Ibovespa
No campo das commodities, o petróleo teve um dia volátil, mas encerrou em alta após o anúncio da morte de um líder do Hamas por Israel, embora a Petrobras (PETR4) não tenha acompanhado o movimento e fechou em baixa de 0,75%.
A Vale (VALE3) foi o destaque negativo do dia, caindo 2,53% após o minério de ferro despencar 6%, devido à frustração com os estímulos da China. Esse movimento também afetou outras siderúrgicas, como CSN (-2,26%), Gerdau (-0,38%) e Usiminas (-1,62%).
A questão fiscal no Brasil segue no radar dos investidores. Com mudanças na liderança do Senado e a busca por soluções para controlar os gastos, o cenário permanece incerto. O presidente Lula se mostrou irritado com as cobranças por mais investimentos em saúde e educação, ressaltando o desafio fiscal enfrentado pelo governo.
A sessão desta quinta-feira foi marcada por poucas exceções em meio à queda generalizada do Ibovespa. No setor bancário, houve resultados mistos: Bradesco (BBDC4) e Itaú Unibanco (ITUB4) conseguiram pequenas altas de 0,66% e 0,20%, respectivamente, enquanto Banco do Brasil (BBAS3) caiu 0,15% e Santander (SANB11) recuou 0,52%. Já a B3 (B3SA3), operadora da bolsa, teve uma forte queda de 2,37%.
O setor de papel e celulose foi destaque positivo no dia, impulsionado por uma recomendação da XP, que apontou ser "hora de aumentar a exposição" nesse segmento. Com isso, Klabin (KLBN11) subiu 1,08%, enquanto Suzano (SUZB3) avançou 1,01%.
Mesmo com valorização superior a 110% no ano, a Embraer (EMBR3) não escapou da maré de baixa e recuou 1,37%, apesar do anúncio de novos investimentos. Outro destaque negativo foi Hapvida (HAPV3), a ação mais negociada da sessão, que despencou 3,63%.
Com uma agenda de indicadores econômicos esvaziada para amanhã, os investidores devem continuar atentos ao noticiário corporativo, político e geopolítico para encerrar a semana, que promete mais volatilidade.
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